sexta-feira, 8 de novembro de 2013

JOGOS COOPERATIVOS – Origem



Os "Jogos Cooperativos" não é algo novo, começou há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida. Em 1950 através do trabalho de Ted Lentz nos Estados Unidos os Jogos Cooperativos começaram a ser sistematizados.
Um dos maiores estudiosos do tema é sem dúvida o Prof. Terry Orlick da Universidade de Ottawa no Canadá, que pesquisou a relação entre Jogo e Sociedade defendendo que: “Quando participamos de um determinado jogo, fazemos parte de uma mini-sociedade, que pode nos formar em direções variadas.” E qual direção queremos para nós? Nesse contexto o Jogo Cooperativo nos ajuda a ensinar-e-aprender a viver uns com os outros ao invés de uns contra os outros. Quando se joga cooperativamente, cada pessoa é responsável por contribuir com o resultado bem-sucedido do jogo e assim cada um se sente co-responsável e co-participante. O medo da rejeição é eliminado e aumenta o desejo de se envolver, de fazer parte do grupo. A proposta dos jogos cooperativos deve estar acompanhada de atitudes que favoreçam o respeito, a valorização e a integração de todos.
Enquanto educadores conscientes, devemos sempre eliminar as diferenças, sem contudo, deixar de reconhecer que cada ser é um indivíduo com possibilidades e limitações. Neste sentido devemos oferecer oportunidades iguais a todos sem discriminação, para que o participante possa se sentir como peça fundamental dentro do grupo. Dando chance para que as pessoas joguem juntas, tentando superar um desafio comum, contribuímos para que se tornem mais cooperativas e solidárias.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jogos Cooperativos: a arte da convivência

Atualmente, a capacidade cooperativa vem ganhando cada vez mais importância no contexto profissional. Acredita-se que é possível alcançar melhores resultados agindo por meio de parcerias, acordos e ações conjuntas, do que atuando isoladamente. “A habilidade de saber cooperar, trocar experiências e saberes, aprender a construir coletivamente projetos é uma urgência hoje. O ambiente organizacional se deu conta de que prosperam e trazem resultados as equipes que constroem coletivamente e compartilham saberes. A grande tarefa do setor organizacional é aprender a trabalhar coletivamente”, ressalta Martine. 

Dança das Cadeiras. Quem é que não participou desta clássica brincadeira infantil durante a infância? Além de proporcionar muita diversão, este jogo pode ganhar um propósito diferenciado e estimular a incorporação de um conceito que vem ganhando cada vez mais importância na convivência em grupo: a cooperação.  
Na tradicional brincadeira, a regra é bastante simples. Coloque uma música para tocar, forme um círculo de cadeiras e junte um grupo de pessoas. Quando a música parar, cada indivíduo deve procurar um lugar para sentar-se no círculo, sabendo que a quantidade de assentos é sempre menor em comparação ao número de participantes. O grande vencedor é a pessoa que conseguir se acomodar na última cadeira que sobrar. 
Agora vamos mudar um pouco o jogo. Ao invés de retirarmos pouco a pouco os participantes e os assentos, que tal se for diminuído apenas o número de cadeiras? O novo objetivo torna-se então acomodar todos os integrantes na quantidade que ficou disponível. Tal atividade lúdica é um claro exemplo dos chamados ‘Jogos Cooperativos’, estruturas que estimulam o exercício de convivência e a manifestação de valores como cooperação, convivência, respeito e aceitação. 
Único em funcionamento no Brasil, o curso de Pós-Graduação em Jogos Cooperativos, oferecido pelo Centro Universitário Monte Serrat – Unimonte, em Santos, tem a proposta inovadora de promover o encontro de pessoas com o intuito de ampliar e aprofundar o conhecimento, a pesquisa, a criação e aplicação dos jogos cooperativos em diferentes contextos: educacional, empresarial, terapêutico e comunitário.
“Cada módulo do curso oferece ferramentas para que os alunos tenham subsídios para interferir no ambiente em que estão inseridos. O objetivo é ampliar a consciência sobre a cooperação, o que implica diretamente na mudança de atitude, seja no campo pessoal ou profissional”, explica o professor Roberto Martine, coordenador do curso.
A atmosfera lúdica proporcionada pelos jogos cooperativos viabiliza a realização de atividades que estimulam a conscientização dos indivíduos quanto à convivência saudável entre as pessoas. Além disso, desperta e aborda muitas questões relacionadas ao grupo, como liderança, desafio comum e aceitação.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O jogo cooperativo, segundo Amaral (2004), busca aproveitar as condições, capacidades, qualidades ou habilidades de cada indivíduo, aplicá-las em um grupo e tentar chegar a um objetivo comum. O que mais importa é a colaboração de cada indivíduo do grupo, é o que cada um deles tem para oferecer no momento da atividade, para que o grupo consiga agir com mais eficiência nas tarefas.

Conseguimos nos descontrair e ficar mais flexíveis nas nossas interações com os outros, liberamos todo o potencial criativo que há em cada um. Através dos jogos cooperativos nos sentimos confortáveis e confiantes para desfazer nossos bloqueios e compartilhamos qualidades como autoestima, criatividades, entusiasmo, comunicação, confiança e respeito mútuo. (BROTTO apud SOLER, R. 2002)

Quais os benefícios dos Jogos Cooperativos?

Gera motivação, alegria, participação, união, criação, criatividade, contribuições de todos e atitudes de empatia, solidariedade, comunicação e cooperação, visto que a qualidade de vida almejada para a sobrevivência da humanidade em todos os seus estágios, vai depender do grau de cooperação, da ação compartilhada e do amor em ação.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Nós conseguimos aprender mais sobre os jogos cooperativos, por não tratar apenas de uma competição, mas sim, da ajuda dos outros. De uma equipe saber dialogar, colocar as estratégias em jogo, poder ajudar as outros sem uma forma de agressividade. 
Esses tipos de jogos chega para mostrar, principalmente hoje, o que importa é apenas competir e brincar, independente, se o seu grupo ou equipe foi o vencedor ou não. Por exemplo, se sua equipe perdeu uma partida não quer dizer que os componentes não são bons, ao contrário, são ótimos, apenas não tiveram uma estratégia como a outra equipe teve.
Hoje percebemos muito a falta de união em muitos jogos, como por exemplo o futebol, mostram na televisão mais brigas e agressões do que a união.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Educação Física escolar: o impacto do processo de inclusão

Os primeiros passos...
    Preconceito, respeito... Igualdade, diferença... Exclusão, inclusão... Educação Física!
    Palavras intrigantes, importantes e presentes em nossas vidas. Estas não são simplesmente palavras escritas em um papel, mas sim ações, atitudes e sentimentos existentes nas aulas de Educação Física nas escolas. Tudo isso porque, ao darmos aulas para os educandos, trabalhamos com seres humanos integrais.
    Este trabalho, englobado no processo de pesquisa bibliográfica, Lakatos e Marconi (1991), teve e tem grande relevância em nossas descobertas científicas, visto que, aos profissionais de Educação Física, atuantes no ensino regular, com experiências diversas e concretas, é possível vislumbrar uma participação efetiva neste processo inclusivo.
    Dentro da dicotomia inclusão e exclusão, existem diferentes exemplos que podemos explanar. Um deles é, por vezes, de caráter competitivo e excludente, priorizando os conceitos de capacidades e habilidades motoras tais como: agilidade, velocidade, equilíbrio etc., no qual, muitas vezes, o menos habilidoso é deixado de “lado” pelo grupo, por ele próprio, ou até mesmo pelo professor. Exemplos desta natureza podem ser problemáticos se não forem respeitadas algumas considerações, tais como os diferentes níveis de potencialidade e oportunidade de participação. Entende-se assim, que é possível excluirmos tanto aqueles alunos com grande bagagem motora, que podem até se tornar atletas futuramente, quanto os que terão a Educação Física apenas como forma de manifestação participativa. Há muitas outras situações de exclusão além dos “talentos motores”, tais como: racial, de biótipo, das pessoas com alguma deficiência (física, auditiva, visual, mental e múltiplas), de gênero, entre outras.
    A existência de inúmeras e constantes indagações em nosso cotidiano profissional instigou-nos a questionar, discutir e tentar descobrir caminhos para a inclusão. Discutimos, neste artigo, as dimensões da inclusão/exclusão presentes nas aulas de Educação Física Escolar, considerando um de seus conteúdos: o Esporte. Além disso, apontamos, de forma breve, se os princípios da cooperação, aplicados ao ensino dos Esportes, são capazes de potencializar ações positivas no processo inclusivo.
    Na medida em que os educandos, inseridos em uma sociedade com diversidade cultural, social e econômica, são despertados a conhecer, aprender, compreender e respeitar as características do outro, eles também acabam conhecendo as suas próprias diferenças.
    Vê-se, portanto, que o tema INCLUSÃO é de extrema relevância para o desenvolvimento dos alunos, da turma em que eles estão englobados, dos professores, da escola em geral e, conseqüentemente, da sociedade em que estão inseridos. Eles são seres humanos, com direitos e deveres. São, acima de tudo, cidadãos.
    Conforme Coelho (2001), um ser humano, recheado de sentimentos humanitários, sabe e vive a grandeza de todo e qualquer parceiro, principalmente quando este é diferente de nossos referenciais. Assim, devemos evidenciar a pessoa, como um ser humano, antes de qualquer diferença. O fato é que somos diferentes! Vale ressaltar que não desejamos ocultar a diferença e sim evidenciá-la de forma que ela não seja “ridicularizada”, mas respeitada. O respeito à diferença deve ser estimulado no processo de ensino escolar para ser concretizado dentro e fora deste contexto.
Um caminho...
                        ...Inclusão Social: A Escola
    A inclusão é um processo que envolve dinamismo, mudanças de atitudes e muita reflexão em torno da escola e da sociedade (CARVALHO, 1998). A inclusão, na concepção de Ferreira (1993), nada mais é do que inserir, introduzir, fazer parte, não apenas com outro indivíduo, mas sim com todas as pessoas de “modo igualitário”, pois vivemos em uma sociedade e não isolados uns dos outros. Deste modo, um mundo inclusivo é aquele em que todas as pessoas têm oportunidades de ser e estar inseridas na sociedade de forma participativa.
    Por inclusão entendemos ser um processo que engloba a educação inclusiva, que é sua prática ao setor educacional. A inclusão remete ao conceito de inclusão social como argumenta Sassaki (1997, p. 41):
    Conceitua-se inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidade para todos (SASSAKI, 1997, p. 41).
    Pensando no conceito de inclusão acima descrito, podemos verificar a importância de respeitar as pessoas como seres humanos acima de qualquer coisa, estes, cidadãos, possuidores de deveres e direitos.
    Direitos humanos são os direitos fundamentais de todas as pessoas, sejam elas mulheres, negros, homossexuais, índios, idosos, portadores de deficiência, populações de fronteiras, estrangeiros migrantes, refugiados, portadores de HIV positivo, crianças e adolescentes, policiais, presos, despossuídos, e os que têm acesso à riqueza. Todos, enquanto pessoas, devem ser respeitados, e sua integridade física protegida e assegurada. (BRASIL, 1998a, p.61).
    Uma das práticas sociais mais importantes para a formação cidadã das pessoas é a educação escolar, cuja, uma das funções é ensinar os aspectos éticos, morais etc, abrindo oportunidades para discussões e reflexões nas aulas e permitindo a construção de princípios e valores dignos de uma vida em sociedade.
    Para se obter uma escola inclusiva é importante compreender e reconhecer as diferenças de cada pessoa, perceber que o tempo não é igual para todos. É de extrema importância não rotular os alunos. É tempo de acabar com o preconceito e a discriminação, refletindo e agindo em busca de uma cidadania mais justa para todos (LIMA, 2001). Diferenciar e classificar os alunos dentro das suas possibilidades de atuação e participação em aula são atos de grande importância para o professor e completamente distintos da famosa “rotulação”. Sabe-se que é a partir dessa diferenciação e classificação que o planejamento irá se desenvolver e ser modificado conforme as necessidades de cada turma.
    Então, vê-se que no universo escolar, dentro de uma proposta de planejamento de Educação Física, aos poucos percebemos que não há uma “receita mágica”. Não basta simplesmente usá-la quando a dificuldade surge. No entanto, temos em mãos “ingredientes”, que vão se organizando conforme os interesses da turma e a necessidade da mesma. Logo, faz-se necessário a elaboração de um “caminho”, de um “mapa” ou de uma trilha para onde iremos “caminhar” junto com os alunos, englobando os “ingredientes” ao longo do ano. Esse “mapa” corresponde ao planejamento. O planejamento não deve assumir um papel inflexível. Temos que trabalhar conforme as necessidades do grupo. Ao longo da caminhada, muitas vezes, é preciso desviar o trajeto e para isso alguns atalhos podem existir, outros percursos podem surgir... Não serão atalhos aleatórios, mas sim coerentes com a proposta pedagógica da escola e com os interesses de cada turma.
    A escola inclusiva é uma escola para todos, e deve se inserir neste mundo inclusivo no qual as desigualdades não devem ser aspectos que atrapalhem o aprendizado e a convivência dos alunos.
    A inclusão social de um indivíduo pressupõe relação social, convivência, adaptação institucional, aprendizagem de normas, leis e valores do grupo, tornando a socialização um processo interativo (CALABRESI e MACHADO, 2001), no qual o indivíduo e a sociedade são agentes influenciados e influenciadores. Propõe-se a valorização da diversidade humana, vida e aprendizagem com todas as pessoas juntas, descoberta da contribuição que cada pessoa pode oferecer, exercício da independência pessoal nas decisões, otimização da autonomia, o aumento na equiparação de oportunidades e a adaptação da sociedade às necessidades humanas (TOLOCKA, 2001).
    Pode-se observar, no Brasil, a criação de estatutos e leis que tentam garantir a inclusão social, tais como o Estatuto das pessoas com Deficiência – Decreto Lei no. 3.298/99 - ou a indicação da modalidade de Educação Escolar a ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos Portadores de Necessidades Especiais – Decreto Lei no. 9.394/96. Ambos os decretos desafiam a estabilidade das propostas de atividades motoras, que são realizadas apenas para grupos homogêneos. Tais decretos analisam a diferença como problema e não como valor. Deste modo, indica-se a inclusão de alunos com deficiência em aulas de Educação Física, que tem em sua tradição dispensar alunos que estejam fora da “normalidade”. Além disso, advoga-se o direito a uma prática desportiva em que haja mais do que respeito ao heterogêneo numa sociedade onde o Esporte promove agrupamentos de pessoas similares (TOLOCKA, 2001).
    Os parâmetros curriculares nacionais, do Brasil, advogam um princípio muito importante para a prática da Educação Física Escolar, que é o princípio da inclusão, dizendo que:
    [...] a inclusão do aluno é o eixo fundamental que norteia a concepção e a ação pedagógica da Educação Física Escolar, considerando todos os aspectos ou elementos, seja na sistematização de conteúdos e objetivos, seja no processo de ensino e aprendizagem, para evitar a exclusão ou alienação na relação com a cultura corporal de movimento. (BRASIL, 1998b, p.30).
    Ainda, que:
    [...] a sistematização de objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizado e avaliação têm como meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e reflexão concreta e efetiva. Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência. (BRASIL, 1998b, p. 19).
    Estes princípios devem sustentar os trabalhos desenvolvidos no âmbito escolar, possibilitando, desta forma, a participação de todos.
Um atalho...
                    ...Cooperação, Esporte e Inclusão
    Baseando-se em Sassaki (1997), temos alguns princípios básicos da inclusão: a valorização do indivíduo, a aceitação das diferenças, o convívio com a diversidade e o aprendizado através da cooperação. Tendo em vista tudo isso, podemos caminhar por “atalhos” a fim de atingir o objetivo da inclusão.
    Assim, a cooperação, além de poder ter uma conexão direta com a inclusão, também possui alguns conceitos básicos a serem conhecidos. Segundo Brotto (2000), o processo de cooperação parte do individual para o grupal ou social.
Figura 1. O processo de cooperação
    Cooperação, de acordo com Ferreira (1986, p.479) é uma palavra originária do latim, que significa o “ato ou efeito de cooperar”. Esta significa “operar ou obrar simultaneamente, trabalhar em comum; colaborar, cooperar para o bem público; cooperar em trabalhos de equipe; ajudar, auxiliar, colaborar”.
    Os Jogos Cooperativos tiveram origem em meados de 1950 devido às preocupações da valorização exacerbada da individualidade e da competição excessiva, e da necessidade de criar atividades que desenvolvessem e/ou conscientizassem as habilidades interpessoais positivas em busca da “Paz Mundial”. O Brasil começa a se preocupar com essas questões aproximadamente em 1980 (BROTTO, 2001).
    Estes jogos possuem dois eixos principais: a participação de todos e um objetivo comum do qual todos se beneficiam. Nos esportes, a questão da cooperação é muito importante, principalmente entre os integrantes da mesma equipe. Mas podemos pensar também com relação a todos os atletas, pois estes cooperam com a regra para a realização do jogo.
    Tomando por base o mesmo autor, é possível oferecer aos educandos diferentes níveis de cooperação dentro dos Esportes, fazer também muitas atividades com a SIMPLICIDADE, sem perder a MOTIVAÇÃO e o PRAZER de se jogar COM o outro. Não há rigidez na aplicação dos diferentes tipos de Jogos Cooperativos. O que existem nos jogos e que podem ser descobertos pelo grupo de alunos e professor são novas soluções e novos caminhos.
    As características principais, de acordo com Brotto (2001), dos Jogos Cooperativos estão descritas no esquema abaixo:
Figura 2. Características dos Jogos Cooperativos
    Nos jogos cooperativos, a liderança circular é estimulada, a vontade de continuar jogando também. Todos são aceitos como são e pelo que são. Há ajuda mútua e confiança. PERSEVERAR é preciso, além do desejo de continuar jogando JUNTO.
    Assim, os jogos cooperativos podem realmente ser um interessante “atalho” no ensino de um dos conteúdos da Educação Física, o Esporte. Podemos constatar alguns exemplos de aplicação dos jogos cooperativos no esporte em Brown (1994), Deacove (2002), Brotto (2001), Paes (2001).
    No entanto, vale ressaltar que os princípios da cooperação, aplicados ao ensino dos Esportes, serão capazes de potencializar ações positivas no processo inclusivo somente se houver conhecimentos específicos da área da Educação Física. Os profissionais devem compreender o esporte e os jogos cooperativos, buscando as suas interações e inter-relações para auxiliar o processo de inclusão. Sua atuação pedagógica deve ser, obviamente, eficaz, não se esquecendo da sua função como agente pedagógico e sua importância no processo educacional. Se nada disso ocorrer, os jogos cooperativos perderão seu significado dentro deste complexo processo de ensino-aprendizagem e não estimularão em nada a inclusão, tornando-se um “atalho” falso e vazio.
Conclusão
    Vê-se, portanto, que os Jogos Cooperativos também podem se tornar um ótimo instrumento dentro do processo pedagógico, voltado para a Educação Física Escolar. Um de seus propósitos, nessa direção, percebe-se pela potencialidade de desenvolver o conteúdo Esporte através destes jogos e que, por sua vez, podem contribuir com o processo de inclusão. Conteúdos estes necessários de conhecimento para ser trabalhado e aplicado nas escolas, levando em consideração as suas condições sociais, culturais, políticas e econômicas.
Referências bibliográficas

  • BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1998 a.
  • BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília, 1998b.
  • BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar! Santos: Re-novada, 2000.
  • ______. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos: Projeto Cooperação, 2001.
  • BROWN, G. Jogos cooperativos: teoria e prática. São Leopoldo: Sinodal, 1994.
  • COELHO, V. A inclusão é estar na vida! InCONGRESSO INTERNACIONAL DE MOTRICIDADE HUMANA, 2. 2001, Muzambinho. Anais... Muzambinho: SBMH, 2001 (CD-ROOM).
  • CALABRESI, C. A. M.; MACHADO, A. A. Inclusão social e educação física escolar: o jogo psicológico real. Motriz, Rio Claro, v. 7, n. 1, p. S197, 2001.
  • CARVALHO, E. R. Temas em educação especial. Rio de janeiro: WVA, 1998.
  • DEACOVE, J. Manual de jogos cooperativos: joguem uns com os outros e não um contra os outros. Santos: Projeto Cooperação, 2002.
  • FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
  • ______. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
  • LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica; 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
  • LIMA, S. M.; RIBEIRO, S. Inclusão e esporte: um caminho a percorrer. Revista da SOBAMA, Curitiba, v. 6, n. 1, p.36-46, 2001.
  • PAES, R. R. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra, 2001.
  • SASSAKI, R. K. Inclusãoconstruindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
  • TOLOCKA, R.E. Motricidade humana e atividades motoras adaptadas. InCONGRESSO INTERNACIONAL DE MOTRICIDADE HUMANA, 2001, Muzambinho. Anais... Muzambinho: SBMH, 2001 (CD-ROOM).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Exemplos de jogos cooperativos

Jogos cooperativos e competitivos são jogos feitos para unir pessoas, a preocupação não é de ganhar e sim se divertir e de se contrair. Existem muitos de jogos cooperativos  como, por exemplo, escravos de Jó, basquete, vôlei, estamos todos no mesmo saco, futebol e outros jogos. Esses tipos de jogos são utilizados para incrementar a paz no dia a dia do participante. Jogos cooperativos não são apenas jogos que exigem força física, muito pelo contrário, pois  jogo da memória, quebra-cabeça e jogos deste gênero também são considerados jogos cooperativos.

 

Exemplos

1. Passando o Bambolê

Material: vários bambolês
 
Fazendo a atividade: formação de um grande círculo com os alunos de mãos dadas com o bambolê entre os braços de dois alunos que terão de passar o bambolê sobre o corpo sem soltar as mãos.
O professor para dificultar ainda mais, deverá ir colocando aos poucos mais bambolês no espaço livre para que os alunos passem os bambolês sem deixar o outro bambolê que vem atrás acumular.

Variação: dividir os alunos em dois ou três grupos com o bambolê nos braços de dois alunos. Os alunos deverão passar o bambolê, sem soltar as mãos até chegar no lugar que ele estava. Vence a equipe que conseguir dar 5 voltas primeiro.

2. Cabo de Guerra

O professor divide as equipes sendo que cada duas equipes ficarão com uma corda. O professor marca o meio da corda com um lenço e risca o chão para que ambas as equipes mantenham a mesma distância do centro da corda. Ao sinal do professor as equipes deverão puxar a corda para seu lado. Marca um ponto quem conseguir fazer o lenço da corda chegar no espaço riscado no chão do seu lado. Ganha quem marcar três pontos primeiro. Obs: trocar as equipes nas cordas sendo que todas as equipes joguem umas com as outras.
 
Variação: Fazer cabo de guerra sem corda, com os primeiros alunos da fila (conforme a foto) segurando as mãos e os demais segurando na cintura.

3. Caranguejobol

O professor divide os alunos em duas equipes. Os alunos são colocados em seus repectivos campos e dentro da área de gol e só poderão se movimentar em 4 apoios. A bola é colocada no centro da quadra e ao sinal do professor, ambas as equipes saem na posição de quatro apoios em direção a bola que está no centro da quadra. O objetivo é marcar gol no time adversário. Não podendo colocar a mão na bola(somente o goleiro pode). As regras são as mesmas do futsal. Essa atividade exige muitos dos musculos inferiores e posteriores, portanto é necessário um alongamento mais amplo.

4.Nó Humano

Formação: alunos divididos em grupos de no máximo 9 alunos.
O professor pede para que os alunos do grupo fiquem em círculo e todos os alunos devem dar as mãos um aos outros entrelaçando as mãos. Nenhum aluno pode dar as mãos ao aluno do lado e também não pode segurar nas mãos da mesma pessoa. Termina a atividade quando os alunos do grupo, sem soltar as mãos formarem um círculo.
Essa atividade é ideal para o início do ano e serve para o professor conhecer quem é o líder do grupo, aquele que lidera as ações, conhecer o aluno mais acomodado, aquele que não toma nenhuma iniciativa e conhecer aquele aluno 'malandrinho', aquele que quando o professor não está olhando, ele solta as mãos ou da um jeitinho de levar vantagem.

5. Vaqueiro Laçador

Formação inicial: Alunos espalhados pela quadra, o professor coloca no fundo da quadra, diversos bambolês. Escolhe um aluno que será o Vaqueiro que colocará um bombolê na cintura(simbolizando o cavalo) e o outro bambolê na mão (simbolizando uma corda). Ao sinal do professor, o aluno(vaqueiro) sai em perseguição aos demais alunos (conforme a foto). Assim que algum aluno for laçado, este deve pegar dois bambolês que estão no fundo da quadra e se torna vaqueiro, ajudando o primeiro na captura dos demais. Termina a atividade, quando todos forem capturados.

6. Zigue-Zague

Alunos divididos em dois grupos, com número igual de alunos e em fileira. Os alunos deverão ficar com os pés afastados um do outro e encostado no pé do aluno ao lado (conforme a foto). Dado o sinal do professor, o primeiro aluno de cada equipe tem que se abaixar, e em 4 apoios deve passar por baixo das pernas do companheiro fazendo o zigue-zague. Somente quando o primeiro aluno chegar no último aluno da fileira e ficar na posição dos demais é que o próximo da fila continua a atividade.

7. Bola por Cima, Bola por Baixo

Alunos dispostos em duas colunas, sendo o primeiro aluno de cada equipe com uma bola nas mãos.
  1)Ao sinal do professor o primeiro aluno de cada fileira deve passar a bola por cima da cabeça com as duas mãos até chegar ao último da fileira que deverá pegar a bola e correr até a frente e dar seqüência a atividade. 2)Assim que todos os alunos completarem a tarefa, o professor deve pedir para que todos fiquem de pernas afastadas e devem passar a bola por baixo de mão em mão, até que todos completem a tarefa. 3) na terceira etapa, o primeiro aluno da fileira deve passar a bola por cima da cabeça, o segundo aluno deve pegar a bola em cima e passar por baixo, o terceiro deve pegar embaixo e passar por cima e assim sucessivamente até que todos completem a prova.

8. Escravos de Jó

"Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota
Deixa ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá"

Formada a roda, as crianças permanecem paradas, podendo inclusive ficar sentadas, com um objeto igual para todos (pedrinhas, copo, caneca, etc), na mão direita. Ao ritmo da música, marcando os tempos fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na mão direita para o vizinho da direita, e receber com a mão esquerda o objeto do vizinho da esquerda (se estiver de pé), trocando-o rapidamente de mão. Quando o jogo é feito sentado (geralmente em torno de uma mesa), pode-se usar somente a mão direita, largando-se o objeto sempre à frente do vizinho da direita.
Faz-se movimentos conforme a letra: "Escravos de Jó jogavam caxangá (vai passando para o colega ao lado o objeto que foi posto à sua frente ); Tira (levanta o objeto), bota(põe na sua frente na mesa), deixa ficar (aponta para o objeto na frente); Guerreiros com guerreiros fazem zigue (passa seu objeto para o colega ao lado), zigue (volta o objeto para sua frente), zá (passa seu objeto para o colega)."
 
Observação: Vão saindo da roda aqueles que se perderem no ritmo, ou passarem mal o objeto. Para super cobras no jogo, pode ser tentada uma rodada especial invertendo o sentido da brincadeira (para a esquerda).

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que são jogos cooperativos?

Jogos cooperativos são dinâmicos de grupos que têm por objetivo despertar a consciência de cooperação e promover efetivamente a cooperação entre as pessoas. No jogo cooperativo, aprende-se a considerar o outro que joga com um parceiro, e não como adversário, fazendo com que a pessoa aprenda a se colocar no lugar do outro, e não priorizar seu lado.
Jogos cooperativos são jogos para unir pessoas, e reforçar a confiança em si mesmo e nos outros, as pessoas geralmente participam autenticamente,pois ganhar ou perder não é o que realmente importa, e sim o processo como um todo. Os jogos cooperativos resultam numa vontade de continuar jogando, e aceitar todos como são verdadeiramente.
O jogo cooperativo ajuda as pessoas a se libertarem de competição, seu objetivo maior é a participação de todos por uma meta em comum, sem agressão física, e cada um no seu próprio ritmo.
Os jogos cooperativos ajudam as pessoas a aprenderem a trabalhar em grupos, muito por não existir uma faixa etária específica em cada jogo, desde crianças até adultos. O que mais importa em jogos cooperativos é a colaboração de cada indivíduo do grupo, e o que cada um tem para oferecer no momento da atividade.